VENDER A FORÇA DE TRABALHO
Era ali na Praça 5 de Outubro que, às segundas-feiras de manhãzinha, se fazia o mercado de trabalho rural.
Ir à Praça era condição para se poder trabalhar no campo e ganhar a semana ou, pelo menos, alguns dias, algumas horas.
Ainda o sol dormia, já os homens da Louriceira e de outras terras vizinhas, de enxada às costas e um saco cheio de nada, preso à cintura, palmilhavam o caminho para Alcanena na tentativa de vender em praça a sua força de trabalho.
À sua espera ali estavam os capatazes dos patrões mais abastados da vila que contratavam os homens mais fortes, os que dessem mais rendimento, os que fossem capazes de puxar pelos outros, a troco de mais dez tostões por dia.
"Dos mais fracos não reza a História". Mas os mais fracos, normalmente os mais idosos, teriam muitas estórias para contar...
Envergonhados, por não terem sido contratados, voltavam tristes... Não pela estrada, mas por atalhos que os conduziam até ao pedacito de terra sua ou arrendada onde carpiam as suas fraquezas.
Estaremos a caminhar para situações semelhantes em "moldes diferentes"?!!!
ResponderEliminarE tu avozinho? Fazias parte desse grupo? Eras dos mais fortes?
ResponderEliminarBeijinhos grandes, Rute
seria mesmo assim?
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