"MULHERES DA MARINHA GRANDE"
Acabámos de ler o livro de entrevistas, de Júlia Guarda Ribeiro, a mulheres da Marinha Grande que resistiram a grandes privações num período negro da nossa História e não resistimos a transmitir aqui um dos muitos depoimentos. O de Cremilda Gomes, viuva, 94 anos que , a dado passo, narra ter a Pide prendido em 1936 o seu namorado, João Galo Gomes, julgado e desterrado para o Tarrafal, condenado a trabalhos forçados:
"Esperei pelo João 14 anos, 2 meses e 11 dias, contados dia a dia, hora a hora... Quando voltou era um cadáver que ainda andava. Casámo-nos mas já não tivemos filhos... os anos de Tarrafal deixaram profundas marcas no corpo e na alma... O João nunca teve saúde e não viveu o tempo suficiente para gozar a alegria de ser livre ... e eu voltei a ficar só."
Aqui fica o registo para que, ao menos quem o leu, não esqueça.
Ah "GRANDES MULHERES"!... ainda haverá resistentes?!....
ResponderEliminar