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Coordenação de José da Luz Saramago
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Para todos os conterrâneos, em especial para os que vivem e labutam fora do seu torrão natal.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

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                                  SÃO VICENTE E SUA ERMIDA
Já fiz 85 anos de idade e, por isso,  me lembro bem da Ermida de S. Vicente. Hoje, naquele sítio, existe uma bonita vivenda e a rua continua a chamar-se da Ermida.
Contava-me minha avó que a festa em honra de S. Vicente era a mais concorrida da região. Na véspera, à noite,  juntava-se o povo no adro da Igreja e, munido de archotes acesos,  em procissão, seguia até à Ermida de onde, depois de grande cerimonial religioso,  partia para a Igreja Matriz. Ali permanecia todo o dia 22 de Janeiro para seguir na procissão que era sempre acompanhada com gaitas de foles.
Era versão de minha avó, transmitida de sua avó, que em certa noite de meados do século XIX desapareceu o Santo da Ermida para, tempos mais tarde, ser encontrado na Igreja de Malhou. Decorridos poucos anos, uma mulher de Louriceira, Maria Vieira, mais conhecida por Maria Minderica, mulher de armas, resolveu oferecer-se ao páraco para fazer a limpeza da Igreja de Malhou. E tão bem feita foi a limpeza que nem o Santo escapou. Maria Minderica transportou-o, debaixo de um grande avental de roda, de volta à sua Ermida.
De facto, só uma mulher valente poderia ter carregado aqueles 30 quilos de S. Vicente numa distância de cerca de 1 quilómetro.
                                                              António Clemente Pereira

1 comentário:

  1. S. Vicente,
    não perdoa a são nem a doente,
    nem a mulher parida de três dias.
    Era sssim que se falava de S. Vicente, cantarolando com agrado e com respeito.
    Também do Santo Amaro de Filhós, que se comemora uma semana antes, dia 15 de Janeiro, também se cantava:
    Santo Amaro dos Filhós,
    serrador de pau de pinho,
    tem um coco na cabeça,
    por onde as mulheres bebem o vinho!
    Tradições antigas que se vão perdendo. É pena.

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