QUINTA FEIRA DE ASCENÇÃO
Nesses dias, na década de 40 do século passado, a quinta-feira da espiga tinha outras características:
Rapazes e raparigas juntavam-se e lá iam, campos fora, muitas vezes para os Olhos dÁgua, em sã camaradagem, colhendo urze, alecrim, rosmaninho, papoilas, malmequeres, candeia de olivera e espigas de trigo com que faziam um raminho e trocavam, entre si, em sinal de amizade ou de amôr.
O passeio era demorado e saboroso.
Chegados a casa, penduravam o ramo na parêde ou na porta de suas casas, quando não os guardavam carinhosamente como recordação daquele dia.
À noitinha não faltava o bailarico com um tocador dos arredores, quando não, um baile de roda:
"Vai-te embora, não digas nada
eu fico triste, apaixonada
Dá-me os teus braços,
eu dou-te os meus
ó meu amorzinho
adeus, adeus..."
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