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Coordenação de José da Luz Saramago
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Para todos os conterrâneos, em especial para os que vivem e labutam fora do seu torrão natal.

domingo, 25 de abril de 2010

ESTÓRIAS

                                                        AS MONDAS

Logo que a Primavera fazia brotar as ervas daninhas nas searas, as cachopas da Louriceira lá iam para as mondas, cotrtadas por casas de lavradores de Alcanena como as de Ladeiras, Anastácio, Aníbal Machado, Domingos Bento e Joaquim Reis, entre outras, cantando as canções de todos os dias:

Olha a laranjinha que caíu, caíu
num regato d água, nunca mais se viu

A laranja foi à fonte/ O limão foi atrás dela
A laranja bebeu água/ e o limão o sumo dela.

Trabalho duro, de sol a sol.
Descanso para almoço no meio do campo.
Sopas de pão com bacalhau, num dia. Noutro, couves com feijões. Ainda noutro pão com azeitonas ou cebola frita no pão.

A jorna de 10$00 era pequena e o dia muito grande... muito grande... mas as cachopas cantavam... cantavam ... ensaiando as cantigas que iriam fazer o baile de roda na casa do ti Mateus no domingo seguinte:

Fui ao jardim das flores/ com a cestinha no braço/ encontrei o meu amor/ ai Jesus, daqui não passo.
Troca o par e passa à frente/ que o meu já vai trocado/ o amor que há-de ser meu/ Há-de sê-lo para sempre.

De regresso a casa, já noitinha, os rapazes esperavam-nas no largo do barracão. A troca de olhares compensava o esforço e o cansaço.

                                                                                        JLS

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