NAS MONDAS
Há sessenta anos atrás, um dos maiores empregadores das raparigas da Louriceira era o senhor Torres de Pernes que utilizava as margens do Alviela para a plantação de arroz.
De sol a sol as cachopas, com água até às canelas das pernas, debruçadas todo o dia, arrancando a erva daninha, cantavam, cantavam:
O saramago é que atrasa
a seara ao lavrador
ai que atrasada que eu ando
de falar ao meu amor.
Vai-te carta, vai-te carta
pelas nuvens junto aos céus
quem me dera ir com ela
e cair nos braços teus.
A alegria das cantigas disfarçava a canseira.
Chegadas a casa, era tempo de descansar porque, ao nascer do sol do dia seguinte, a tarefa prosseguia.
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