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- NOTÍCIAS, COMENTÁRIOS, HISTÓRIA e ESTÓRIAS DA ALDEIA-
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Coordenação de José da Luz Saramago
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Para todos os conterrâneos, em especial para os que vivem e labutam fora do seu torrão natal.
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Para todos os conterrâneos, em especial para os que vivem e labutam fora do seu torrão natal.
sábado, 31 de julho de 2010
ASSOCIAÇÕES
SUBSÍDIO DA CÂMARA
À ASSOCIAÇÃO DE CAÇADORES DE LOURICEIRA
O Município de Alcanena atribuiu subsídios às Associações do concelho referentes ao ano 2009 e contratos/programa 2010.
A Associação de Caçadores de Louriceira foi contemplada com 61 euros (sessenta e um euros)!
CONVÍVIO DE RENASCIMENTO DO CRDL
No próximo dia 8 de Agosto (sábado), pelas 17 horas, tem lugar no campo da Pedrinha um desafio de futebol entre solteiros e casados, prolongando-se o convívio com porco no espeto na Associação de Caçadores
sexta-feira, 30 de julho de 2010
SAÚDE
POSTO MÉDICO ENCERRADO PARA FÉRIAS
O Posto Médico de Louriceira encerrou para férias e só reabre a 7 de Setembro.
O Posto Médico de Louriceira encerrou para férias e só reabre a 7 de Setembro.
NOSSA TERRA NOSSA GENTE
MEMÓRIAS
Era o tempo em que deveríamos ser meninos! Sim, porque somos dos muitos "homens que nunca foram meninos". Tempo do slogan "o trabalho do menino é pouco mas quem não o aproveita é louco" e, por isso, as crianças iam para a monda do arroz nos campos do Sr. Torres, para a sacha nas terras do Sr. Domingos Bento ou, simplesmente, por falta de trabalho, levar os almoços aos pais que labutavam nas fábricas (3 dias por semana) e, no regresso, apanhavam bonicos para estrumar a horta. Depois iam à água à fonte do Vale para a mãe fazer o jantar e, no caso das raparigas, não podiam demorar-se porque, de seguida, ainda teriam de ir, de alguidar à cabeça, lavar a roupa no rio.
Tempo de pedir dinheiro a juro ao sr. Roberto para pagar a doença dos pais ou dos filhos. Tempo da "mania" dos enforcamentos, (porque haveria tantos suicídios?) ou das mil bebedeiras para afogar desgostos ou esquecer as desgraças. Tempo do medo da Guarda Republicana ou do homem que não conhecíamos. Tempo de luta!...
De luta é sempre o tempo para que os homens não durmam o tempo todo.
Hoje é tempo de estar acordado!
Era o tempo em que deveríamos ser meninos! Sim, porque somos dos muitos "homens que nunca foram meninos". Tempo do slogan "o trabalho do menino é pouco mas quem não o aproveita é louco" e, por isso, as crianças iam para a monda do arroz nos campos do Sr. Torres, para a sacha nas terras do Sr. Domingos Bento ou, simplesmente, por falta de trabalho, levar os almoços aos pais que labutavam nas fábricas (3 dias por semana) e, no regresso, apanhavam bonicos para estrumar a horta. Depois iam à água à fonte do Vale para a mãe fazer o jantar e, no caso das raparigas, não podiam demorar-se porque, de seguida, ainda teriam de ir, de alguidar à cabeça, lavar a roupa no rio.
Tempo de pedir dinheiro a juro ao sr. Roberto para pagar a doença dos pais ou dos filhos. Tempo da "mania" dos enforcamentos, (porque haveria tantos suicídios?) ou das mil bebedeiras para afogar desgostos ou esquecer as desgraças. Tempo do medo da Guarda Republicana ou do homem que não conhecíamos. Tempo de luta!...
De luta é sempre o tempo para que os homens não durmam o tempo todo.
Hoje é tempo de estar acordado!
quinta-feira, 29 de julho de 2010
ASSOCIAÇÕES
COMUNICADO DO CRDL
A nova Direcção do CRDL, em comunicado de ontem, entre algumas considerações, informa ter sido aprovado na última Assembleia Geral que a quota passa a ser de 1 euro/mês mas só a partir da data da abertura da sua sede social e que todos os que se inscreverem ou reinscreverem até 31 de Dezembro próximo estarão isentos de Joia.
Aos antigos associados será mantida a sua antiguidade.
ASSOCIAÇÕES
ASSEMBLEIA GERAL DA AIJIL
No próximo dia 8 de Agosto (sábado) pelas 16.30h, reunirá em Assembleia geral a Associação Integrada de Jovens e Idosos de Louriceira, no Pavilhão Polivalente, com a seguinte Ordem de Trabalhos:
1º ponto - Obtenção de autorização para celebrar contratos e/ou parcerias com o Município de Alcanena para a construção do edifício da AIJIL.
2º ponto - Outras informações.
No próximo dia 8 de Agosto (sábado) pelas 16.30h, reunirá em Assembleia geral a Associação Integrada de Jovens e Idosos de Louriceira, no Pavilhão Polivalente, com a seguinte Ordem de Trabalhos:
1º ponto - Obtenção de autorização para celebrar contratos e/ou parcerias com o Município de Alcanena para a construção do edifício da AIJIL.
2º ponto - Outras informações.
sábado, 24 de julho de 2010
ASSOCIAÇÕES
CRDL TEM NOVOS CORPOS GERENTES
Em Assembleia Geral de hoje, foram eleitos os novos corpos sociais do Recreativo Louriceirense:
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
Presidente - Carlos Alberto Gorjão Correia
1º Secretário - Hugo Carmo Clemente
2º Secretário - Samuel Cardoso
DIRECÇÃO
Presidente - Eduardo César Clemente
Vice Presidente - Avelino Vieira
1º Secretário - Isabel Vieira Luis
2º Secretário - Samuel Rodrigues Fortunato
Tesoureiro - Nuno Fortunato Silva
1º Vogal - António Carlos Correia Silvestre
2º Vogal - Rui Pedro Silva Cardoso
CONSELHO FISCAL
Presidente - Rui Gaivoto Silva
Secretário - Diogo Guedes
Relator - Alexandre Silvestre Pereira
sexta-feira, 23 de julho de 2010
TRANSCRIÇÕES
O topo da pirâmide do Poder ainda não percebeu que os escravos estão revoltados, e sobem as muralhas
Nuno rogeiro in Jornal de Notícias
Quanto mais sei, mais sei que menos sei.
ou
Nós todos é que sabemos tudo
da sabedoria popular
Nuno rogeiro in Jornal de Notícias
Quanto mais sei, mais sei que menos sei.
ou
Nós todos é que sabemos tudo
da sabedoria popular
quinta-feira, 22 de julho de 2010
RECORDANDO
JOAQUIM JORGE CORREIA,
"JOAQUIM ALFAIATE",COLA-
BOROU NO "JORNAL DA LOURICEIRA",
SUPLEMENTO DE "O ALVIELA" DE
JULHO DE 1990. DECORRIDOS 20 ANOS,
JÁ NÃO SE ENCONTRA ENTRE NÓS MAS
QUEREMOS PRESTAR-LHE HOMENAGEM
terça-feira, 20 de julho de 2010
COMENTÁRIO
DESIGUALDADES
From: zé Contribuinte
To: A Quem de Direito
Exmo. Senhor:
Vª.Exª. anda muito distraído, ou alinha pela equipa dos mais poderosos?
Há dias li nos jornais duas notícias que me tiraram da dúvida:
- "Os cinco principais bancos privados portugueses a operar em Portugal obtiveram, só no 1º trimestre deste ano, LUCROS DE 5 MILHÕES POR DIA".
- " Os bancos pagam 9% de IRC, 16 pontos abaixo do que qualquer pequeno comerciante. É a evidência de uma nação afundada na injustiça...".
Isto para não falar dos salários e das pensões de miséria a quem Vª Exª também já tributa mais do que aos bancos.
O que lhe vale, Sr. A Quem de Direito, é que o Povo, que anda verdadeiramente distraído, não faz estas comparações ou nem sequer conhece os números porque se entretém com as coisas do futebol ou com outras distracções por si apadrinhadas. Mas se ele acorda...
Até um dia destes, Sr A quem de Direito.
Atentamente
zé Contribuinte
From: zé Contribuinte
To: A Quem de Direito
Exmo. Senhor:
Vª.Exª. anda muito distraído, ou alinha pela equipa dos mais poderosos?
Há dias li nos jornais duas notícias que me tiraram da dúvida:
- "Os cinco principais bancos privados portugueses a operar em Portugal obtiveram, só no 1º trimestre deste ano, LUCROS DE 5 MILHÕES POR DIA".
- " Os bancos pagam 9% de IRC, 16 pontos abaixo do que qualquer pequeno comerciante. É a evidência de uma nação afundada na injustiça...".
Isto para não falar dos salários e das pensões de miséria a quem Vª Exª também já tributa mais do que aos bancos.
O que lhe vale, Sr. A Quem de Direito, é que o Povo, que anda verdadeiramente distraído, não faz estas comparações ou nem sequer conhece os números porque se entretém com as coisas do futebol ou com outras distracções por si apadrinhadas. Mas se ele acorda...
Até um dia destes, Sr A quem de Direito.
Atentamente
zé Contribuinte
segunda-feira, 19 de julho de 2010
COLABORADORES
TEMPERO DE AZEITE
O azeite fica muito saboroso quando lhe adicionamos especiarias e ervas aromáticas. Para a preparação, basta adicionar as ervas ou as especiarias a seu gosto ao azeite, numa garrafa, durante 15 dias ou mais. Os pratos ficam mais saborosos e a garrafa ainda serve de decoração na sua cozinha.
A receita resulta igualmente com o vinagre.
AZEITE DE ALHO E PIRIPIRI
Descasque 4 dentes de alhos e esprema-os, colocando-os, de seguida, num frasco. Junte um raminho de alecrim e uma malagueta seca, adicionando o azeite no final.
lcrs
domingo, 18 de julho de 2010
NOSSA TERRA NOSSA GENTE
MEMÓRIAS DA MINHA INFÂNCIA
De gargalhada em gargalhada se ia esgotando o tempo da desfolhada.
No dia seguinte, logo de madrugada, o Zé Caixeiro teria de pôr as cangalhas na burra e ir à fonte do Vale acarretar a água necessária à casa do lavrador. Por isso, entre o medo e o sono, corria para a cama que algumas vezes mijei.
Depois, outro e mais outro dia surgiam, sempre iguais. Contava os que faltavam para para o dia de Todos os Santos em que se pedia o Pão por Deus; a feira de Pernes para comprar pinhões; a noite de Natal, acesa por gigantesca fogueira de azinheiras e oliveiras que duraria até ao dia de Ano Novo com a esperança e o desejo que a guerra acabasse; depois o dia de Reis e a festa de S. Vicente, em cuja procissão se incorporavam as imponentes fogaças transportadas à cabeça por lindas raparigas; mais tarde, a quinta-feira de comadres e, a seguir, a quinta-feira de compadres; o Carnaval já se brincava a valer e o Zé Caixeiro tinha, naqueles dias a alegria que lhe faltava no resto do ano; a quarta-feira de cinzas, com o enterro do bacalhau. Seguiam-se outros dias importantes: Sexta-feira de Paixão, sábado da Aleluia e domingo de Páscoa quando o padre percorria as ruas, de crucifixo na mão, benzendo as casas, dando confeitos e recebendo,em troca, galinhas e trigo (era o partido). Tempos duros mas que recordo com saudades, sem ser saudosista.
De gargalhada em gargalhada se ia esgotando o tempo da desfolhada.
No dia seguinte, logo de madrugada, o Zé Caixeiro teria de pôr as cangalhas na burra e ir à fonte do Vale acarretar a água necessária à casa do lavrador. Por isso, entre o medo e o sono, corria para a cama que algumas vezes mijei.
Depois, outro e mais outro dia surgiam, sempre iguais. Contava os que faltavam para para o dia de Todos os Santos em que se pedia o Pão por Deus; a feira de Pernes para comprar pinhões; a noite de Natal, acesa por gigantesca fogueira de azinheiras e oliveiras que duraria até ao dia de Ano Novo com a esperança e o desejo que a guerra acabasse; depois o dia de Reis e a festa de S. Vicente, em cuja procissão se incorporavam as imponentes fogaças transportadas à cabeça por lindas raparigas; mais tarde, a quinta-feira de comadres e, a seguir, a quinta-feira de compadres; o Carnaval já se brincava a valer e o Zé Caixeiro tinha, naqueles dias a alegria que lhe faltava no resto do ano; a quarta-feira de cinzas, com o enterro do bacalhau. Seguiam-se outros dias importantes: Sexta-feira de Paixão, sábado da Aleluia e domingo de Páscoa quando o padre percorria as ruas, de crucifixo na mão, benzendo as casas, dando confeitos e recebendo,em troca, galinhas e trigo (era o partido). Tempos duros mas que recordo com saudades, sem ser saudosista.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
CURTOS CIRCUITOS
ILUSÃO DE ÓPTICA
O nosso amigo Horácio ofereceu-nos uma viagem à Madeira e, numa incursão por uma das milhentas e incríveis montanhas onde as levadas de água cristalina são mais espectaculares, o Horácio, contemplando uma delas, gritou de pasmo e alegria: "Olhem para isto! como a água corre para cima! nunca tinha visto a água a subir!" . E teimou, teimou, quis apostar que a água subia na montanha. E para nos convencer do fenómeno foi colocar uma folha de árvore na levada, gritando: "Estão a ver? estão a ver que tenho razão?". Mas nós víamos a água descendo junto à estrada. E ele, que não! que a água subia! Foi então que nos demos conta da ilusão de óptica do Horácio, face à inclinação do serpenteado da encosta.
Esta faceta fez-nos recordar outra em que fomos acompanhar outro amigo que nunca tinha ido a Lisboa e fez questão de nos oferecer um almoço em Cacilhas. Ao passarmos na Praça do Comércio, indagou como se chamava o local. "É o Terreiro do Paço", respondemos. Ele parou, indignado: " Porque é que me trazes para aqui? Eu não sou desses!" E lá tive de explicar que para ir a Cacilhas teríamos de ali passar. "Tá bem! mas não digas a ninguém da Louriceira que viemos ao Terreiro do Paço. O que haveriam de pensar?".
O Ti António Francisco infelizmente já não se encontra entre os vivos para deitar os " entrudos", se não, lá tinha o Horácio de ouvir uma "gaitada." "berra a música rapaziada".
O nosso amigo Horácio ofereceu-nos uma viagem à Madeira e, numa incursão por uma das milhentas e incríveis montanhas onde as levadas de água cristalina são mais espectaculares, o Horácio, contemplando uma delas, gritou de pasmo e alegria: "Olhem para isto! como a água corre para cima! nunca tinha visto a água a subir!" . E teimou, teimou, quis apostar que a água subia na montanha. E para nos convencer do fenómeno foi colocar uma folha de árvore na levada, gritando: "Estão a ver? estão a ver que tenho razão?". Mas nós víamos a água descendo junto à estrada. E ele, que não! que a água subia! Foi então que nos demos conta da ilusão de óptica do Horácio, face à inclinação do serpenteado da encosta.
Esta faceta fez-nos recordar outra em que fomos acompanhar outro amigo que nunca tinha ido a Lisboa e fez questão de nos oferecer um almoço em Cacilhas. Ao passarmos na Praça do Comércio, indagou como se chamava o local. "É o Terreiro do Paço", respondemos. Ele parou, indignado: " Porque é que me trazes para aqui? Eu não sou desses!" E lá tive de explicar que para ir a Cacilhas teríamos de ali passar. "Tá bem! mas não digas a ninguém da Louriceira que viemos ao Terreiro do Paço. O que haveriam de pensar?".
O Ti António Francisco infelizmente já não se encontra entre os vivos para deitar os " entrudos", se não, lá tinha o Horácio de ouvir uma "gaitada." "berra a música rapaziada".
quarta-feira, 14 de julho de 2010
AMBIENTE
7 MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL
O Município de Alcanena candidatou o conjunto flúvio-cársico da Ribeira dos Amiais, na freguesia de Louriceira, "às 7 Maravilhas Naturais de Portugal", dado o interesse geo -morfológico e paisagístico e a diversidade de espécies ali existente.
O local fica situado a montante da nascente do rio Alviela, percorrendo caminhos ocultos, infiltrando-se nas rochas, atravessando galerias subterrâneas moldadas pela força das águas e reaparecendo à superfície através de uma ressurgência.
Por entre este misto de fendas e cavidades, existe a Lapa da Canada, gruta que acolhe um dos maiores abrigos de morcegos de Portugal.
A votação pública decorre até Setembro próximo. Não se esqueça de votar para que o nome da nossa terra chegue a todo o mundo.
Só para o próximo ano saberemos quem ganhou as "7 Maravilhas Naturais de Portugal".
O Município de Alcanena candidatou o conjunto flúvio-cársico da Ribeira dos Amiais, na freguesia de Louriceira, "às 7 Maravilhas Naturais de Portugal", dado o interesse geo -morfológico e paisagístico e a diversidade de espécies ali existente.
O local fica situado a montante da nascente do rio Alviela, percorrendo caminhos ocultos, infiltrando-se nas rochas, atravessando galerias subterrâneas moldadas pela força das águas e reaparecendo à superfície através de uma ressurgência.
Por entre este misto de fendas e cavidades, existe a Lapa da Canada, gruta que acolhe um dos maiores abrigos de morcegos de Portugal.
A votação pública decorre até Setembro próximo. Não se esqueça de votar para que o nome da nossa terra chegue a todo o mundo.
Só para o próximo ano saberemos quem ganhou as "7 Maravilhas Naturais de Portugal".
segunda-feira, 12 de julho de 2010
NOSSA TERRA, NOSSA GENTE
Memórias do Zé Caixeiro
A segunda Grande Guerra mundial incendiava a Europa. Os noticiários da BBC eram sofregamente ouvidos na única telefonia da aldeia, instalada na loja no sr. João da Guilhermina. Os mortos contavam-se aos milhões, os refugiados não tinham conto, a fome grassava por todo o lado.
Portugal escapava à guerra, talvez porque tivesse de produzir alimentos para os beligerantes. Salazar, orgulhoso, propagandeava que esses alimentos eram sobras de Portugal. Entretantos os portugueses para apanharem um naco de pão passavam noites inteiras nas bichas.
Na loja, onde se vendia de tudo um pouco, dos pregos às albardas, do cloreto à massa de meados, Zé Caixeiro, um trinca-espinhas de 11 anos de idade, trocava o arroz, o açúcar, o sabão, por senhas de racionamento e assentava no rol as compras que só seriam pagas no sábado seguinte (quando eram), depois da conta somada pelo patrão, que quase sempre se enganava a seu favor.
À noite a loja era o ponto de encontro dos trabalhadores que comentavam a guerra ou o futebol. A Alemanha e os Aliados, o Sporting e o Benfica dividiam os homens. À luz do gasómetro liam-se recortes de jornais que avolumaram a discussão.
Não havia horário de trabalho nem dia de descanso. A loja só encerrava quando o último freguês partisse. Era aí que acabava cada dia de trabalho para logo recomeçar o outro pelas 5 da manhã. Não para aviar fregueses (naquele tempo as profissões eram polivalentes) mas para, depois de acender a lanterna, aparelhar a mula e a burra com cangalhas o Zé Caixeiro ir à fonte do vale cinco, seis, sete, as vezes necessárias até encher os depósitos de água precisa para a lida da casa do patrão, onde as pessoas e os animais eram mais que muitos.
A segunda Grande Guerra mundial incendiava a Europa. Os noticiários da BBC eram sofregamente ouvidos na única telefonia da aldeia, instalada na loja no sr. João da Guilhermina. Os mortos contavam-se aos milhões, os refugiados não tinham conto, a fome grassava por todo o lado.
Portugal escapava à guerra, talvez porque tivesse de produzir alimentos para os beligerantes. Salazar, orgulhoso, propagandeava que esses alimentos eram sobras de Portugal. Entretantos os portugueses para apanharem um naco de pão passavam noites inteiras nas bichas.
Na loja, onde se vendia de tudo um pouco, dos pregos às albardas, do cloreto à massa de meados, Zé Caixeiro, um trinca-espinhas de 11 anos de idade, trocava o arroz, o açúcar, o sabão, por senhas de racionamento e assentava no rol as compras que só seriam pagas no sábado seguinte (quando eram), depois da conta somada pelo patrão, que quase sempre se enganava a seu favor.
À noite a loja era o ponto de encontro dos trabalhadores que comentavam a guerra ou o futebol. A Alemanha e os Aliados, o Sporting e o Benfica dividiam os homens. À luz do gasómetro liam-se recortes de jornais que avolumaram a discussão.
Não havia horário de trabalho nem dia de descanso. A loja só encerrava quando o último freguês partisse. Era aí que acabava cada dia de trabalho para logo recomeçar o outro pelas 5 da manhã. Não para aviar fregueses (naquele tempo as profissões eram polivalentes) mas para, depois de acender a lanterna, aparelhar a mula e a burra com cangalhas o Zé Caixeiro ir à fonte do vale cinco, seis, sete, as vezes necessárias até encher os depósitos de água precisa para a lida da casa do patrão, onde as pessoas e os animais eram mais que muitos.
sábado, 10 de julho de 2010
NOSSA TERRA, NOSSA GENTE
Um círculo vicioso
- Bom dia, Ti Júlio!
- Bom dia, rapaz! Atão por cá...?
- É verdade. Cá continua às voltas com o seu burrito, heim?
- Q'hei-de eu fazer? Preciso do esterquito prá fazenda...
- Então e a fazenda sempre vai dando para viver?
- Ele não, rapaz. Só a amanho por causa da palheca pró burrico.
- E para que quer o burrito, Ti Júlio?
- Ora... prá cartar a palheca pra cá e o estrume pra lá...
- Quer dizer: tem o burro por causa da fazenda e tem a fazenda por causa do burro? É isso?
- É isso. Q'hei-de eu fazer?
- Bom dia, Ti Júlio!
- Bom dia, rapaz! Atão por cá...?
- É verdade. Cá continua às voltas com o seu burrito, heim?
- Q'hei-de eu fazer? Preciso do esterquito prá fazenda...
- Então e a fazenda sempre vai dando para viver?
- Ele não, rapaz. Só a amanho por causa da palheca pró burrico.
- E para que quer o burrito, Ti Júlio?
- Ora... prá cartar a palheca pra cá e o estrume pra lá...
- Quer dizer: tem o burro por causa da fazenda e tem a fazenda por causa do burro? É isso?
- É isso. Q'hei-de eu fazer?
quinta-feira, 8 de julho de 2010
COLABORADORES
Paixão II
Acordava suavemente os meus desejos
com o veludo do teu corpo e suave aroma
bebia o sumo doce dos teus beijos
e não tinha da dor qualquer sintoma.
A magia das palavras me embalava
Culto meu! minha deusa!... ou miragem?
rezando, eu então vi que sonhava.
P'ra passar bastou soprar uma coragem.
Tinha sorrisos de alegria enganada
por saber que te amava com fervor.
Estou agora triste e de alma decepada
por saber que'era mentira o teu amor.
Carlos Corrreia
Acordava suavemente os meus desejos
com o veludo do teu corpo e suave aroma
bebia o sumo doce dos teus beijos
e não tinha da dor qualquer sintoma.
A magia das palavras me embalava
Culto meu! minha deusa!... ou miragem?
rezando, eu então vi que sonhava.
P'ra passar bastou soprar uma coragem.
Tinha sorrisos de alegria enganada
por saber que te amava com fervor.
Estou agora triste e de alma decepada
por saber que'era mentira o teu amor.
Carlos Corrreia
quarta-feira, 7 de julho de 2010
terça-feira, 6 de julho de 2010
COMENTÁRIO
POBRES CADA VEZ MAIS POBRES, PARA QUE RICOS SEJAM CADA VEZ MAIS RICOS
from: zé contribuinte
To: Quem de Direito
Exmº Senhor
Hoje é o dia mundial da Cooperação. Por isso, serei moderado.
A crise, pelos vistos, é mesmo para ser paga pelos pobres, a julgar pelas pelas recentes estatísticas oficiais que nos dizem que 31% dos agregados familiares portugueses vivem, agora, no limiar da pobreza, a que se juntam mais 20,1% de pobres, o que prefaz 51,1% de portugueses a viverem na miséria ou muito perto dela. E haverá, por certo, muita pobreza envergonhada que não entrará nestas estatísticas, o que agravará a situação.
É uma vergonha nacional, senhor Quem de Direito!...
E se reparar-mos que outras estatísticas nos dão 10.400 multimilionários portugueses em 2009 e que agora em 2010 são mais 600, portanto, 11000 (o novo recorde) , então a minha revolta é, ainda, maior!
Poderá dizer-me que o que pretende é "acabar com os pobres e não acabar com os ricos", frase feita que muito tem apregoado nestas últimas décadas. E eu nunca percebi como é que isso é possível... Sempre tive a certeza de que os pobres são o fruto dos ricos. Quantos mais destes houverem, mais pobres haverão. "É só fazer as contas..." Se, ao menos, os ricos não engordassem tanto, os pobres não ficariam tão magros...
Dê lá um jeitinho... não às estatísticas!... mas às nossas condições de vida. Porque "Quem dá aos pobres empresta a Deus". Não é este outro dos seus provérbios?
Sempre atento
zé contribuinte
from: zé contribuinte
To: Quem de Direito
Exmº Senhor
Hoje é o dia mundial da Cooperação. Por isso, serei moderado.
A crise, pelos vistos, é mesmo para ser paga pelos pobres, a julgar pelas pelas recentes estatísticas oficiais que nos dizem que 31% dos agregados familiares portugueses vivem, agora, no limiar da pobreza, a que se juntam mais 20,1% de pobres, o que prefaz 51,1% de portugueses a viverem na miséria ou muito perto dela. E haverá, por certo, muita pobreza envergonhada que não entrará nestas estatísticas, o que agravará a situação.
É uma vergonha nacional, senhor Quem de Direito!...
E se reparar-mos que outras estatísticas nos dão 10.400 multimilionários portugueses em 2009 e que agora em 2010 são mais 600, portanto, 11000 (o novo recorde) , então a minha revolta é, ainda, maior!
Poderá dizer-me que o que pretende é "acabar com os pobres e não acabar com os ricos", frase feita que muito tem apregoado nestas últimas décadas. E eu nunca percebi como é que isso é possível... Sempre tive a certeza de que os pobres são o fruto dos ricos. Quantos mais destes houverem, mais pobres haverão. "É só fazer as contas..." Se, ao menos, os ricos não engordassem tanto, os pobres não ficariam tão magros...
Dê lá um jeitinho... não às estatísticas!... mas às nossas condições de vida. Porque "Quem dá aos pobres empresta a Deus". Não é este outro dos seus provérbios?
Sempre atento
zé contribuinte
domingo, 4 de julho de 2010
NOSSA TERRA NOSSA GENTE
O BAILE
Aos domingos à tarde, rapazes e raparigas juntam-se e dançavam as modas que cantavam.
Numa roda, de mãos dadas, uma moça ficava no meio:
"olha a triste viuvinha
que anda na roda a chorar
anda a ver se encontra noivo
para com ela casar".
Então, a rapariga do meio convidava um moço para dançar e este dizia-lhe que não.
" Já lá levas uma cabaça
duas ou três has-de levar
é bem feito, é bem feito
não achares com quem casar"
E outra, e ainda outra moda, viriam a seguir:
"Rosa branca ao peito/ a todos cai bem/ ao meu amorzinho/ melhor que a ninguém.
Melhor que a ninguém/ por dentro ou por fora/ quem sabe, olaré, quem ela namora.
Quem ela namora/ quem namoraria/ quem sabe, olaré,/ o que mais seria."
"Rosa branca, toma cor!/ não sejas tão desmaiada/ porque as outras rosas dizem/ rosa branca não é nada."
Ó rosa nunca consintas/ que o cravo te ponha a mão/ uma rosa enxovalhada/ já não tem aceitação."
O baile terminava antes de anoitecer. Era preciso deitar cedinho porque na 2ª feira, ao romper do sol, começavam as tarefas no campo.
"
Aos domingos à tarde, rapazes e raparigas juntam-se e dançavam as modas que cantavam.
Numa roda, de mãos dadas, uma moça ficava no meio:
"olha a triste viuvinha
que anda na roda a chorar
anda a ver se encontra noivo
para com ela casar".
Então, a rapariga do meio convidava um moço para dançar e este dizia-lhe que não.
" Já lá levas uma cabaça
duas ou três has-de levar
é bem feito, é bem feito
não achares com quem casar"
E outra, e ainda outra moda, viriam a seguir:
"Rosa branca ao peito/ a todos cai bem/ ao meu amorzinho/ melhor que a ninguém.
Melhor que a ninguém/ por dentro ou por fora/ quem sabe, olaré, quem ela namora.
Quem ela namora/ quem namoraria/ quem sabe, olaré,/ o que mais seria."
"Rosa branca, toma cor!/ não sejas tão desmaiada/ porque as outras rosas dizem/ rosa branca não é nada."
Ó rosa nunca consintas/ que o cravo te ponha a mão/ uma rosa enxovalhada/ já não tem aceitação."
O baile terminava antes de anoitecer. Era preciso deitar cedinho porque na 2ª feira, ao romper do sol, começavam as tarefas no campo.
"
sábado, 3 de julho de 2010
CURIOSIDADES
ADIVINHA
Há 20 anos, o jornal "O Alviela" publicava "UMA ADIVINHA" , de jls, a que ninguém respondeu.
Era assim:
Numa terra tão pequena
do concelho dÁlcanena
há tanta gente da "alta":
muitos ministros, 1 conde,
1 marquês e 1 visconde
e pouca gente da "malta".
Hoje, publicamos, aqui, a resposta:
Já não há marquês, nem conde
nem ministros, nem visconde
nesta terra hospitaleira:
um saiu, outros finaram,
os da "malta" cá ficaram
nesta nossa Louriceira.
Há 20 anos, o jornal "O Alviela" publicava "UMA ADIVINHA" , de jls, a que ninguém respondeu.
Era assim:
Numa terra tão pequena
do concelho dÁlcanena
há tanta gente da "alta":
muitos ministros, 1 conde,
1 marquês e 1 visconde
e pouca gente da "malta".
Hoje, publicamos, aqui, a resposta:
Já não há marquês, nem conde
nem ministros, nem visconde
nesta terra hospitaleira:
um saiu, outros finaram,
os da "malta" cá ficaram
nesta nossa Louriceira.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
DESPORTO
FUTSAL - TORNEIO DE VAQUEIROS
Amanhã, sábado, pelas 18.30h Louriceira/Moagem Pitorro defronta a equipa de Torres Novas, a contar para a 3ª jornada. No final do jogo daremos o resultado e a respectiva classificação.
Amanhã, sábado, pelas 18.30h Louriceira/Moagem Pitorro defronta a equipa de Torres Novas, a contar para a 3ª jornada. No final do jogo daremos o resultado e a respectiva classificação.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
LITERATURA
HOJE É O DIA DAS BIBLIOTECAS
Este dia não pode passar sem uma referência às nossas bibliotecas: A do CRDL, instalada no Pavilhão Polivalente, tem um acervo de livros muito interessantes, desde técnicos a romances diversos e de ensaio mas tem sido quase nula a sua leitura. O mesmo se passa com a da Junta de Freguesia que tem colecções completas, do Romantismo ao Neo-Realismo e dezenas de livros e cadernos para crianças. Julgamos que qualquer delas não terão as suas obras catalogadas, o que pode levar à perda de livros com mais facilidade. Se estivermos enganados, será bom e agradeceríamos a correcção. Também esta biblioteca, sendo pública, não terá a saída de livros que seria desejável.
Temos também a biblioteca municipal, muito mais participada e, muito organizada, podendo, a partir de nossa casa, consultar que obras e autores existem, através da net: geral@bibl-alcanena.net. Pena é que o período de funcionamento não seja alargado para que quem trabalha pudesse ter acesso a uma cultura maior.
Duas sugestões: Ao Município para o cumprimento deste último parágrafo. Aos munícipes para uma frequência maior à sua biblioteca, que até tem serviço de bar e espaço internete.
Este dia não pode passar sem uma referência às nossas bibliotecas: A do CRDL, instalada no Pavilhão Polivalente, tem um acervo de livros muito interessantes, desde técnicos a romances diversos e de ensaio mas tem sido quase nula a sua leitura. O mesmo se passa com a da Junta de Freguesia que tem colecções completas, do Romantismo ao Neo-Realismo e dezenas de livros e cadernos para crianças. Julgamos que qualquer delas não terão as suas obras catalogadas, o que pode levar à perda de livros com mais facilidade. Se estivermos enganados, será bom e agradeceríamos a correcção. Também esta biblioteca, sendo pública, não terá a saída de livros que seria desejável.
Temos também a biblioteca municipal, muito mais participada e, muito organizada, podendo, a partir de nossa casa, consultar que obras e autores existem, através da net: geral@bibl-alcanena.net. Pena é que o período de funcionamento não seja alargado para que quem trabalha pudesse ter acesso a uma cultura maior.
Duas sugestões: Ao Município para o cumprimento deste último parágrafo. Aos munícipes para uma frequência maior à sua biblioteca, que até tem serviço de bar e espaço internete.
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